sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Oferta Pública de ações do Banco do Brasil

Na próxima terça-feira encerra-se o período de reservas das ações do Banco do Brasil.

Achei interessante a estratégia de fazer uma oferta visando atingir o varejo. Uma popularização consciente do mercado de ações é importante para o amadurecimento do nosso mercado, ao contrário do estardalhaço da BM&F e a matéria para tentar vender mais revistas que saiu na revista Época.
O prospecto preliminar da BM&F entre 10% e 20% da oferta para o varejo e exigia um mínimo de R$ 5.000,00 para a reserva. No fim das contas, foi aquela palhaçada de apenas 10% para o varejo e rateio de R$ 1.820,00.
Já o Banco do Brasil garante 20% das ações para o varejo, sendo que o percentual poderá chegar em 80%. A reserva mínima será de R$ 1.000,00.

Não gosto muito de ofertas de ações que já são cotadas na BOVESPA, especialmente em um período de grande volatilidade, como o que estamos atravessando. Se os mercados mantiverem esta onda de altas, pode ser um negócio bem lucrativo. Mas se o subprime voltar a assustar, pode ser um mau negócio entrar nesse IPO. Sendo assim, prefiro continuar só com os riscos normais do mercado de ações.

O Infomoney publicou uma matéria bem interessante sobre os riscos da oferta.

Sobre o Banco do Brasil especificamente: por que eu vou confiar meu dinheiro a uma instituição onde seu principal acionista diz que seu objetivo não é ter lucros? Acho ação social e filantropia importantes, tanto que colaboro regularmente com ações desta natureza. Mas na BOVESPA, tenho uma visão estritamente capitalista. O objetivo é lucro e ponto final.

Além do mais, enquanto as outras instituições visam contratar ou formar os melhores profissionais no mercado, os principais cargos do Banco do Brasil são preenchidos de forma muito pior do que nas empresas de fundo de quintal: por indicações políticas. Confio mais em empresas familiares que o pai entrega o cargo de diretor operacional ao seu filho, que pelo menos é bem intencionado, do que a um governo que entrega cargo de importância semelhante a um apadrinhado politicamente que chega sem nenhum compromisso com a instituição e, muitas vezes, com objetivos escusos.

E, antes que perguntem, tenho as mesmas restrições à Petrobrás. Mas ela pelo menos tem dois atenuantes: o monopólio que ela possui e o preço da commodity nas alturas. Quando é para trabalhar com blue chips, eu normalmente vou de Vale.

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