segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Artigo do Infomoney - Período volátil exige seleção criteriosa das ações na bolsa pelo investidor

Nos últimos anos ficamos muito mal acostumados com as altas quase incessantes da bolsa. Neste boom do mercado, que se iniciou em 2003, acredito que todos foram capazes de obter resultados muito positivos, mas nos últimos meses o céu de brigadeiro encontrado até então parece estar se transformando num cenário de muitas chuvas e trovoadas.

Este artigo do Infomoney, publicado na última semana, serve como uma lembrança para que sejamos mais criteriosos na escolha dos papéis.

É claro que vez por outra alguém se encanta com o canto da sereia daquelas ações que ninguém nunca ouviu falar e de repente sobe 50 ou 100% de um dia para o outro. Mas nesse período turbulento, é melhor ficar na segurança de ações com melhores fundamentos.

Eu mesmo sou um grande fã de ações de 2a ou 3a linha, mas não abandono mais pelo menos uma olhada rápida nos fundamentos da empresa. Coisa de gato escaldado, que já levou alguns banhos de água fria ao achar que tinha encontrado a mina de ouro.

Período volátil exige seleção criteriosa das ações na bolsa pelo investidor Por: Felipe Abi-Acl de Miranda

O momento de grande volatilidade dos mercados exige cuidados adicionais do investidor ao assumir um posicionamento na renda variável. O período é bastante delicado e a exposição ao papel errado pode acabar em prejuízos elevados.

Com temores de recessão nos EUA e necessidade de investidores estrangeiros de buscar liquidez, a sensibilidade do preço dos ativos ao cenário externo está muito alta, aumentando o potencial de perdas de uma operação.

Cautela no curto prazo Em relatório semanal, o banco BNP Paribas reiterou sua postura cautelosa em relação às ações em um horizonte de curto prazo, pois ainda há muitos eventos capazes de causar "solavancos nos preços e alterações de cenário".

Contudo, em um horizonte temporal mais dilatado, o BNP Paribas considera que o atual nível de preços das principais blue chips brasileiras é convidativo. O banco francês, porém, reforça a preferência por empresas com os melhores fundamentos e boa liquidez.

Com interpretação semelhante, a Ágora Corretora recentemente atualizou suas carteiras de ações de forma a conferir maior peso a papéis com fundamentos imaculados. A idéia central é de que tais empresas atravessariam com maior resiliência um período de dificuldades da economia internacional.

Além disso, seria natural imaginar maior desvalorização dos ativos com caráter mais especulativo em situações como a atual. Na busca por liquidez, o investidor tenderia a se desfazer primeiro de papéis com fundamentos piores, procurando preservar em carteira as "boas ações".

Dividendos são opção Uma alternativa interessante é buscar ações de boas pagadoras de dividendos. A carteira semanal da corretora SLW, por exemplo, foca exatamente a distribuição de proventos. "Nesse cenário de forte queda de ativos por conta da possibilidade de uma recessão nos EUA, recomendamos ficar posicionado em ações que pagam bons dividendos".

Usualmente, tais empresas contam com forte geração de caixa, maior estabilidade do preço das ações e alto grau de previsibilidade de resultados, o que pode reduzir os efeitos adversos de uma crise externa.

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