O Portal Exame noticiou hoje que a empresa Nutriplant será a primeira a realizar um IPO em 2008.
Na contramão dos grandes IPOs que marcaram o fim de 2007, a empresa será listada na BOVESPA Mais, um segmento voltado para empresas que pequeno e médio porte.
Caso as ações sejam precificadas no teto das estimativas, a empresa levantará menos de R$ 40 milhões. Quase nada, se comparado aos mais de R$ 5 bilhões da BOVESPA Holding e da BM&F.
No meio de tanta turbulência, quem se arrisca? O prospecto ainda não foi divulgado, portanto não é possível obter informações mais detalhadas a respeito desta oferta.
De toda forma, aproveito para recuperar uma matéria publicada no Infomoney no final do ano questionando a estratégia de marcar presença em todos os IPO's. No fim das contas, valeu a pena participar dos IPO's. Na média, o rendimento foi de 4,8% no final do primeiro dia de negociação.
Nada mal, mas prefiro continuar sendo bem seletivo para participar dos IPO's. Ainda mais neste período turbulento, onde os investidores estrangeiros estão menos tolerantes a riscos e com os novos mecanismos anti-flipping adotado em alguns casos.
Vamos ao artigo!
Estratégia de entrar em IPOs e vender na estréia foi vitoriosa em 2007? Por: Juliana Pall Farias
Quem gosta de novas opções no mercado acionário não pôde reclamar de 2007. No total, o ano contou com 64 IPOs (Initial Public Offering), distribuídos entre os mais variados setores.
Uma estratégia muito utilizada pelos investidores com o perfil de curto prazo foi entrar nestas ofertas e vender as ações na estréia. A prática foi tão comum que Bovespa Holding e BM&F contaram com políticas anti-flippers, na tentativa de barrar a participação destes investidores.
A operação pode se mostrar vantajosa, porém, apresenta risco, já que a possível direção da variação do preço do papel no primeiro dia de negócios, em tese, é incerta. Será que a aposta nesta estratégia em 2007 foi vitoriosa?
Falando em números
Alguns IPOs proporcionaram ganhos poucas vezes visto. O melhor exemplo é a Bovespa Holding, que, além de generoso rateio, no qual os investidores de varejo levaram pouco mais de R$ 12 mil em ações, só no primeiro dia de negócios teve valorização de 52,13%.
Na contrapartida, os papéis de Agrenco e JBS-Friboi se destacam pela forte queda na estréia, de respectivamente 14,23% e 12,50%. No total, foram 18 papéis com fechamento no negativo, 9 no mesmo preço fixado no procedimento de bookbuilding e os 37 restantes com ganhos no encerramento do primeiro pregão na Bovespa.
Considerando a valorização média de todas estas operações, um investidor que adquiriu R$ 5 mil em ações por operação conseguiu lucrar (caso tenha participado de todos os IPOs com este montante e vendido suas ações no fechamento do primeiro dia de negociações), em média, R$ 240,00 por transação.
Em 2006, esta operação se mostrou mais rentável: a média de ganhos entre os 26 IPOs realizados no ano passado foi de 6,77%. No exemplo acima descrito, de um investimento de R$ 5 mil em cada uma destas ofertas de ações, o retorno médio foi de cerca de R$ 338,50.
Mercado seletivo
Uma das explicações mais escutadas no mercado para este menor retorno médio é a maior seletividade dos investidores. A ampla gama de novas opções trouxe uma maior preocupação no que diz respeito aos fundamentos da empresa e suas preocupações com as práticas de governança corporativa.
Antes de entrar na oferta, o investidor procurou fazer sua lição de casa e verificar se o preço cobrado por ação era justo. Assim, para aqueles com perfil de curto prazo, segue a dica: junto ao prospecto destas ofertas, cabe uma análise fundamentalista mais detalhada das empresas que estão ingressando na Bovespa.
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